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domingo, 24 de novembro de 2013

FREI AQUINO PARTE PARA A CASA DO PAI

Faleceu na noite deste domingo (24/11), na cidade de Fortaleza, Frei Aquino Rodrigues Torres, OFM. Há alguns meses Frei Aquino encontrava-se internado e vinha apresentando um quadro clínico que se agravava dia-a-dia. 

Natural da cidade de Ipú-CE, Frei Aquino tinha 77 anos. Ingressou na Ordem dos Frades Menores recebendo o hábito franciscano em 1958 e ordenando-se seis anos depois. Seu apostolado foi profícuo na missão, na qual se dedicava mesmo estando suas forças físicas já insuficientes. 


Marcava o povo de Deus por onde passava. Tinha verdadeira paixão por São Francisco e pelo família franciscana, conquistando a simpatia de todos por seu jeito simples e profundo. 

A Celebração Eucarística e exéquias acontecerá amanhã, dia 25/11, às 11 horas na Matriz de Nossa Senhora das Dores (Otávio Bonfim – Fortaleza). 

Frei Aquino Rodrigues Torres, OFM 

 * 05.03.1936 + 24/11/2013

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

"DEUS REPREENDE-NOS COM UMA CARÍCIA”, DIZ PAPA FRANCISCO


Cidade do Vaticano – Confiemos em Deus como uma criança confia nas mãos do seu pai. Esta a mensagem principal da homilia de Papa Francisco na missa desta terça (12/11) na Casa de Santa Marta. O Santo Padre desenvolveu a sua meditação partindo da Primeira Leitura retirada do Livro da Sabedoria: “A inveja do diabo” – disse o Papa – “fez com que se iniciasse este caminho que acaba com a morte”. Mas, nós estamos nas mãos de Deus desde o início: 

“Todos devemos passar pela morte, mas uma coisa é passar por esta experiência com uma pertença ao diabo e uma outra coisa é passar por esta experiência na mão de Deus. E eu gosto de ouvir isto: Estamos nas mãos de Deus desde o início. A bíblia explica-nos a Criação usando uma imagem bela: Deus que, com as suas mãos, nos faz da lama, da terra, à sua imagem e semelhança. Foram as mãos de Deus que nos criaram: o Deus artesão! Como um artesão fez-nos. Estas mãos do Senhor… As mãos de Deus, que não nos abandonaram”. 

“O nosso Pai, como um Pai ao próprio filho, ensina-nos a caminhar. Ensina-nos a ir pelo caminho da vida e da salvação. São as mãos de Deus que nos acariciam nos momentos de dor, confortam-nos. É o nosso Pai que nos acaricia! Gosta tanto de nós. E também nestas carícias tantas vezes está o perdão. Faz-me bem pensar nisto. Jesus, Deus, trouxe consigo as suas chagas: mostra-as ao Pai. Este é o preço: as mãos de Deus são mãos chagadas por amor! E isto consola-nos tanto”, acrescentou. 

“As mãos de Deus curam os males. Nas mãos de Deus – disse o Papa Francisco – estamos em máxima segurança:“Pensemos nas mãos de Jesus quando tocava os doentes e os curava… São as mãos de Deus: curam-nos! Eu não imagino Deus a dar-nos uma bofetada! Não imagino. A repreender-nos, sim, imagino. Mas não nos fere! Fá-lo com uma carícia. Mesmo quando nos tem que repreender fá-lo com uma carícia, porque é Pai. São mãos chagadas que nos acompanham no caminho da vida. Confiemo-nos nas mãos de Deus, como uma criança confia na mão do seu papá. É uma mão segura aquela”. 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

DOIS ANOS DA WEB RÁDIO SANTO ANTÔNIO


No próximo dia 08 de novembro, a Web Rádio Santo Antônio estará completando DOIS ANOS NO AR, durante todo o dia terá uma programação especial para festejar este momento tão marcante. Convidamos você para sintonizar e juntos relembrarmos os momentos significativos que aconteceram neste tão pouco tempo, mas recheado de ricas experiências. 

A NOITE SERÁ ESPECIAL, pois, acontecerá o Programa às 20h, em comemoração ao aniversário deste tão atual instrumento de evangelização e partilha do carisma franciscano. Os Frades que fazem a programação diariamente já confirmaram presença. E Você? Espalhe esta boa noticia... Contamos com a sua web audiência para juntos “Enchermos a Terra com o Evangelho de Cristo”...

EQUIPE DA WEB RÁDIO

sábado, 2 de novembro de 2013

PROVÍNCIA DE SANTO ANTÔNIO ACOLHE IRMÃOS LEIGOS DE TODO O BRASIL

De Minas ou das pampas gaúchas, da Amazonas ou do Mato Grosso, os irmãos leigos de todo o país chegam para se encontrar no Convento de Ipuarana, que acolhe o III Encontro Nacional de Irmãos Leigos da Conferência dos Frades Menores do Brasil. 

A motivação de cada um dos frades pode ser diversa assim como diversas são suas realidades e sua missão. No entanto, como propõe o lema do encontro, eles buscam “um só corpo, uma só comunhão, uma só vocação, uma só missão: irmãos!”. Durante quatro dias os frades estarão refletindo sobre sua vocação religiosa laical e os desafios da evangelização. 

Na noite de abertura do encontro, depois de alimentar o espírito na simplicidade e beleza da oração coordenada pelos frades da Província da Santa Cruz (Minas Gerais), o Ministro Provincial da Província anfitriã (Santo Antônio do Brasil), Frei Marconi Lins, acolheu aos irmãos com as boas vindas. 

Retomar a caminhada dos encontros dos irmãos foi a proposta da primeira noite. Frei Luiz Augusto F. Lessa (Guto), OFM e Frei Tiago dos Santos, OFMCap encarregaram-se desse serviço, fazendo memória deste percurso histórico das duas ordens no Brasil (menores e capuchinhos). 

Acompanhe todos os momentos do III Encontro Nacional de Irmãos Leigos da CFMB através do blog: http://enilcfmb.blogspot.com.br/ 

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

"A TRANSFIGURAÇÃO NA MORTE", DE LEONARDO BOFF

Leonardo Boff (*) 

O dia dos mortos, dois de novembro, é sempre ocasião para pensarmos na morte. Trata-se de um tema existencial. Não se pode falar da morte de uma maneira exterior a nós mesmos, porque todos nós somos acompanhados por esta realidade que, segundo Freud, é a mais difícil de ser digerida pelo aparelho psíquico humano. Especialmente nossa cultura procura afastá-la, o mais possível, do horizonte, pois ela nega todo seu projeto assentado sobre a vida material e seu desfrute etsi mors non daretur, como se ela não existisse. 

No entanto, o sentido que damos à morte é o sentido que nós damos à vida. Se decidimos que a vida se resume entre o nascimento e a morte e esta detém a última palavra, então a morte ganha um sentido, diria, trágico, porque com ela tudo termina no pó cósmico. Mas se interpretarmos a morte como uma invenção da vida, como parte da vida, então não a morte mas a vida constitui a grande interrogação. 

Em termos evolutivos, sabemos que, atingido certo grau elevado de complexidade, ela irrompe como um imperativo cósmico, no dizer do prêmio Nobel de biologia Christian de Duve que escreveu uma das mais brilhantes biografias da vida sob o título Poeira Vital (1984). Mas ele mesmo assevera: podemos descrever as condições de seu surgimento, mas não podemosdefinir o que ela seja. 

Na minha percepção, a vida não é nem temporal, nem material, nem espiritual. A vida é simplesmente eterna. Ela se aninha em nós e, passado certo lapso temporal, ela segue seu curso pela eternidade afora. Nós não acabamos na morte. Transformamo-nos pela morte, pois ela representa a porta de ingresso ao mundo que não conhece a morte, onde não há o tempo mas só a eternidade. 

Consintam-me testemunhar duas experiências pessoais de morte, bem diversas da visão dramática que a nossa cultura nos legou. Venho da cultura espiritual franciscana. Nos meus quase 30 anos de frade, pude vivenciar a morte como São Francisco a vivenciou. 

A primeira experiência era aquela que, como frades, fazíamos toda sexta feira, às 19h30 da noite: “O exercício da boa morte”. Deitava-se na cama com hábito e tudo. Cada um se colocava diante de Deus e fazia um balanço de toda a sua vida, regredindo até onde a memória pudesse alcançar. Colocávamos tudo, à luz de Deus e aí, tranquilamente, refletíamos sobre o porquê da vida e o porquê dos zigue-sagues deste mundo. No final, alguém recitava em voz alta no corredor o famoso salmo 50 do Miserere no qual o rei Davi suplicava o perdão a Deus de seus pecados. E também se proclamavam as consoladoras palavras da epístola de São João: “Se o teu coração te acusa, saiba que Deus é maior do que o teu coração”. 

Éramos, assim, educados para uma entrega total, um encontro face a face com a morte diante de Deus. Era um entregar-se confiante, como quem se sabe na palma da mão de Deus. Depois, íamos alegremente para a recreação, tomar algum refresco, jogar xadrez ou simplesmente conversar. Esse exercício tinha como efeito um sentimento de grande libertação. A morte era vista como a irmã que nos abria a porta para a Casa do Pai. 

A outra experiência diz respeito ao dia da morte e do sepultamento de algum confrade. Quando morria alguém, fazia-se festa no convento, com recreação à noite com comes e bebes. O mesmo ocorria depois de seu sepultamento. Todos se reuniam e celebravam a passagem, a Páscoa e o Natal, o vere dies natalis (o verdadeiro dia do nascimento) do falecido. Pensava-se: ele na vida foi, aos poucos, nascendo e nascendo até acabar de nascer em Deus. Por isso havia festa no céu e na terra. Esse rito é sagrado e celebrado em todos os conventos franciscanos. 

O frade que deixou esse mundo, entrava na comunhão dos santos, está vivo, não é um ausente, apenas um invisível. Há celebração mais digna da morte do que esta inventada por São Francisco de Assis que chamava a todos os seres de irmãos e irmãs e também a morte de irmã? 

A percepção da morte é outra. As pessoas são induzidas a conviver com a morte, não como uma bruxa que vem e arrebata a vida, mas como a irmã que vem abrir a porta para um nível mais alto de vida em Deus. 

Cada cultura tem a sua interpretação da morte. Estive há tempos entre os Mapuches, no sul da Patagônia argentina, falando com os lomkos, os sábios da tribo. Eles têm bem outra compreensão da morte. A morte significa passar para o outro lado, para o lado onde estão os anciãos. Não é abandonar a vida, é deixar seu lado visível para entrar no lado invisível e conviver com os anciãos. De lá acompanham as famílias, os entes queridos e outros próximos, iluminando-os. A morte não tem nenhuma dramaticidade. Ela pertence à vida, é o seu outro lado. 

Poderíamos passar por várias outras culturas para conhecer-lhes o sentido da vida e da morte. Mas fiquemos no nosso tempo moderno. Há um filósofo que trabalhou positivamente o tema da morte: Martin Heidegger. Em sua analítica existencial afirma que a condição humana, em grau zero, é a de que somos um ser no mundo, este não como lugar geográfico, mas como o conjunto das relações que nos permitem produzir e reproduzir a vida. A condition humaine é estar no mundo com os outros, cheios de cuidados e abertos para a morte. A morte é vista não como uma tragédia e sim como a derradeira expressão da liberdade humana, enquanto o último ato de entrega. Essa entrega sem resto abre a possibilidade para um mergulho total na realidade e no Ser. É uma espécie de volta ao seio de onde viemos como entes mas que buscam o Ser. E finalmente, ao morrer, somos acolhidos pelo Ser. E aí já não falamos porque não precisamos mais de palavras. É o puro viver pela alegria de viver e de ser no Ser. Para o homem religioso, este Ser não é outro senão o Supremo Ser, o Deus vivo que nós dá a plenitude da vida. (*) 

Leonardo Boff escreveu Vida para além da morte, Vozes 2012.

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