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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL PARA SOLENIDADE DO NATAL

PROVÍNCIA FRANCISCANA DE SANTO ANTÔNIO DO BRASIL
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Aos Confrades, na passagem do Natal do Senhor de 2012.

Caros confrades, 
“O Senhor lhes dê a Paz!” 

 Ao celebrarmos o Natal do Senhor, “a festa das festas” (cf. 2 C 199) para nosso irmão e pai Francisco de Assis, queremos viver em nossas fraternidades o sentido profundo do mistério da Encarnação do Filho do Altíssimo em nossa história. E ao contemplarmos na fé esse mistério, vem-nos à mente a afirmação do apóstolo João em sua primeira carta: “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus mas foi Ele que nos amou e nos enviou o Seu Filho [...]” (Jo 1,10). 

A Encarnação do Filho de Deus em nossa história é, então, a grande declaração do amor do Pai por toda a humanidade e que encontra a sua plenitude no mistério pascal de Jesus. Esta é a razão pela qual Tomás de Celano escreve que São Francisco “gostava tanto de lembrar a humildade da Encarnação e o amor da Paixão do Senhor, que nem queria pensar em outras coisas” (cf. 1 C 84). 

Neste Natal meditemos sobre a “humildade da Encarnação” para podermos encontrar o sentido verdadeiro de nossa condição humana: somos pequenos e insignificantes dentro do mistério da vida e da imensidão do universo! A grandeza da humanidade reside justamento no reconhecimento de nossa pequenez e na certeza do amor infinito que recebemos do Pai em Seu Filho, que se fez um de nós! 

As dificuldades na convivência humana, as injustiças, as guerras e a destruição da natureza têm sua raiz justamente em nossa prepotência! Perdemos o ponto de referência e equilíbrio que nos une a todas as realidades que nos cercam e das quais dependem o sentido de nossa vida, missão e felicidade neste planeta! A prepotência que invadiu nosso coração nos desumaniza! O Natal é uma nova oportunidade que nos é oferecida por Aquele que veio ao nosso encontro assumindo a nossa condição humana! Somos “húmus” que recebeu o sopro amoroso de Deus e o calor de Sua Palavra Eterna que veio morar entre nós! 

Caríssimos irmãos, neste Natal, diante do mistério da Encarnação do Senhor, façamos a mesma pergunta que fazia nosso pai Francisco: “Quem és tu, ó dulcíssimo Deus? E quem sou eu...? Quem és tu, Senhor de infinita bondade e sapiência, que te dignas visitar-me a mim que sou um verme vil e abominável?” (cf.Csd 3ª) 

Jesus assumiu nossa pequenez e nossa insignificância justamente para mostrar que aí reside nossa grandeza e dignidade de filhos de Deus! É esta a grande verdade que nos é proclamada no dia de Natal: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). 

Um feliz e santo Natal! E que em 2013, motivados pelo amor de Deus, demos o melhor de nós para construirmos um mundo melhor!

Frei Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

MENSAGEM DO MINISTRO GERAL PARA SOLENIDADE DO NATAL

Queridos irmãos e irmãs! 

“Eis que vos anuncio uma boa notícia que será de grande alegria para todo o povo” (Lc 2,10). A Palavra, que desde o princípio estava junto de Deus, pois era Deus (cf. Jo 1,1), “ao cumprir-se a plenitude dos tempos” (Gl 4,4) se faz Emanuel, Deus está conosco (cf. Mt 1,23). Este é o Evangelho de Deus “aos homens de boa vontade” de todos os tempos (cf. Lc 2,14). Esta é a Boa Notícia que mudou a história da humanidade: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz, uma luz raiou para os que habitavam uma terra sombria” (Is 9,1); e que muda a história de todos aqueles que a acolhem (cf. Jo 1,12). 

É Natal. Chegou a hora de despir-se da veste de luto e aflição (cf. Br 5,1). “O Senhor fez grandes coisas por nós, por isso estamos alegres” (Sl 125,3). A humanidade aguardava paciente o fruto precioso da terra (cf. Tg 5,7). Finalmente “a graça de Deus se manifestou para a salvação de todos os homens” (Tt 2,11). É Natal! Deus vem para permanecer conosco: “Alegraivos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos” (Fl 4,4). 

O Natal nos recorda que não estamos sozinhos, que Deus caminha conosco pelos caminhos do mundo. Esta presença é causa de imensa alegria (cf. Mt 18,8-9), fundamento de uma esperança certa para aqueles que acolhem a boa notícia com fé reta e a tornam presente na vida com caridade perfeita (cf. OC). O Natal nos recorda também a necessidade de sermos portadores da Boa Notícia, aos de perto e aos de longe (Ef 2,17), aos que se sentem próximos e aos que pensam estar afastados. Quem se encontrou com Cristo não pode fazer outra coisa que converter-se em anunciador da Verdade, como fez a samaritana (cf. Jo 4,28-29). Quem descobriu Cristo como o tesouro de sua vida não pode deixar de comunicar aos demais esta descoberta, como a mulher que encontra a moeda (cf. Lc 15,8ss). Como os pastores, quem encontrou Cristo não pode fazer outra coisa do que comunicar a todos esta boa notícia (cf. Lc 2,16ss). E faz isto com alegria, como os pastores (cf. Lc 2,20); sem demora, como os discípulos de Emaús (cf. Lc 24,33); com audácia, como os primeiros discípulos (cf. At 5,22ss); e com criatividade, como fizeram nossos grandes missionários ao longo dos 800 anos de nossa história. A alegria que produz tal descoberta (cf. Mt 13,44), a palavra que arde em um coração enamorado pelo Senhor (cf. Lc 24,32), a experiência de quem se sente agraciado por um olhar amoroso do Senhor (cf. Mc 10,21), põe os pés em movimento para “sair” e ir ao encontro do outro, cruzando todo tipo de barreiras culturais, sociais e, inclusive, religiosas. O ardor missionário é o melhor teste para saber se já encontramos ou não a Cristo. 

“Ai de mim se não evangelizar!” 

“Evangelizar é a graça e a vocação própria da Igreja, sua identidade mais profunda” (EN 13-14). Considerando os muitos batizados que estão pouco vangelizados, a triste realidade de muitos cristãos que o são só de nome, e o fato de que, depois de 2000 anos, continuam sem conhecer a Cristo, é necessário reafirmar sem medo a urgência e a necessidade da nova evangelização (=NE) (cf. VD 96). 

Neste momento, a Igreja necessita de um novo impulso missionário (cf. RM 30ss); necessita deixar-se impregnar pelo ardor da pregação apostólica (cf. NMI 40), para comunicar Cristo, com serena audácia, a quem não o conhece ainda (missão ad gentes), e para tornar compreensível nos novos desertos do mundo a palavra da fé que nos regenerou para a vida (missão inter gentes). Nos umbrais do terceiro milênio, a Igreja necessita renovar o entusiasmo na comunicação da fé, em anunciar e transmitir o Evangelho, “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1,16), e que em última instância se identifica com a pessoa de Jesus Cristo (cf. 1Cor 1,24). O Espírito nos dá a parresia para tal anúncio (cf. At 2,29). 

Por isso, se queremos “conservar o frescor, o impulso e a força para anunciar o Evangelho” (EN 15), como seguidores de Jesus sentimos a necessidade da conversão, de deixar-nos evangelizar para poder evangelizar, como se repetiu muitas vezes na sala sinodal, na XIII Assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização para a transmissão da fé (celebrada no Vaticano de 7 a 28/10/2012). Somente assim, vivendo de maneira renovada a própria consciência comunitária da fé, reencontrando o entusiasmo para comunicar a fé, poderemos anunciar a Boa Notícia nas novas situações culturais que se criaram nas últimas décadas. Anúncio e testemunho vão de mãos dadas. 

Por outro lado, como também reconheceu o Sínodo, Deus não está ausente só na vida da sociedade, mas também na vida das próprias comunidades eclesiais. O secularismo, a indiferença e o relativismo entraram de cheio na vida de tantos batizados, sacerdotes e consagrados de maneira que tais atitudes já não são somente uma ameaça externa, mas também um conflito cotidiano. Por tudo isso, a NE é, antes de tudo, uma chamada e uma pergunta feita pela Igreja a si mesma, para que reforce em todos os batizados a fé em Cristo e nos comprometamos a ser propositivos neste novo contexto cultural no qual a Igreja é chamada a viver sua fé e a transmiti-la. Trata-se, portanto, de reavivar a fé que corre o risco de apagar-se em contextos que obstaculizam seu enraizamento pessoal, sua presença social, a clareza de seus conteúdos e seus frutos coerentes, primeiramente em nós para em seguida reavivá-la nos outros. O apelo à evangelização se traduz em uma chamada à conversão. Chamados a evangelizar, é nosso dever vencer o medo com a fé, o desânimo com a esperança, a indiferença com o amor. 

A isto mira, precisamente, a NE. Esta é dirigida, em primeiro lugar, a todos os batizados, necessitados todos, também nós consagrados, de redescobrir as razões de sua/nossa fé e de ser evangelizados para poder evangelizar. A NE também tem como destinatários todos quantos abandonaram sua fé e por múltiplas razões se afastaram da Igreja. Finalmente, a NE se dirige àqueles que desejam crer e buscam um sentido pleno para a sua vida. Todos esses, os crentes, os afastados e os que desejam crer, buscam pessoas em condição de comunicar-lhes, mais com o testemunho de sua vida que com sua palavra, a alegria do encontro com Cristo. Como se disse no Sínodo não há homem ou mulher que em sua vida, como a mulher de Samaria, não se encontre junto a um poço com uma vasilha vazia, com a esperança de encontrar Aquele que pode dar significado pleno à existência. Como Jesus no poço de Sicar, particularmente nós os frades do povo, temos de sentir a necessidade de sentarmo-nos junto aos homens e às mulheres de nosso tempo para tornar presente o Senhor em suas vidas, de modo que possam encontrá-lo, pois somente ele é água que dá a vida verdadeira e eterna (cf. Jo 4,5-42). 

“A caridade de Cristo também nos impele” 

Nossa Ordem, junto com outras Ordens e Institutos de Vida Consagrada, contribuiu de maneira mui importante na transmissão da fé, aos de perto, através das missões populares e da evangelização ordinária, e aos de longe, através da missão ad gentes. Acolhendo o convite que nos vem da Igreja, não podemos deixar de colaborar, a partir de nossa experiência, e com a criatividade que sempre nos caracterizou, na tarefa da nova evangelização. Isso requer de nossa parte: viver com radicalidade e gozo nossa própria identidade franciscana; uma vida que mostra a primazia absoluta de Deus e que, através da vida fraterna em minoridade, expresse a força humanizadora do Evangelho; plena disponibilidade para ir às fronteiras geográficas, sociais e culturais da evangelização; situar-nos nos novos areópagos da missão (cf. VC 96-99); e o compromisso pela salvaguarda da criação, a construção da paz e a promoção da justiça, especialmente na defesa dos direitos dos que sofrem por causa de situações de exclusão em nossas sociedades. Uma vida franciscana, plenamente evangélica, evangelizada e evangelizadora, em profunda comunhão com os pastores e em estreita colaboração com os leigos, e fiel ao nosso próprio carisma, oferecerá uma contribuição muito significativa à NE. 

Fiéis ao convite do Concílio Vaticano II, queremos manter viva a capacidade permanente de perscrutar os sinais dos tempos e de interpretá-los à luz do Evangelho (cf. GS 4). Como seguidores do Poverello, queremos manter em todo o momento um olhar cheio de simpatia ao nosso mundo amado por Deus (Jo 3,16). Não pode haver lugar para o pessimismo no coração e na mente daqueles que se sentem chamados a viver o Evangelho, seguindo as pegadas de Cristo. Ao mesmo tempo queremos viver em constante discernimento evangélico (cf. 1Ts 5,21) para “distinguir entre o que vem do Espírito e o que lhe é contrário” (VC 73). Isso nos permitirá descobrir que, apesar das muitas dificuldades que atualmente se apresentam para a transmissão da fé com o predominante secularismo, o crescente indiferentismo e relativismo, este nosso momento histórico oferece também grandes oportunidades para o anúncio da Boa Notícia, o que nos move a empreender, com novo ardor, novos métodos, e novas expressões, o desafio da nova evangelização. 

Novo ardor. O novo ardor exige conversão pessoal, renovar constantemente a paixão por Cristo, pela Verdade e pelo Evangelho. O novo ardor questiona e faz com que nos perguntemos onde está nosso coração, quem continua sendo o “amor primeiro” na vida de todos os dias, se nossas vidas estão unificadas em torno de Cristo ou fragmentadas e divididas, se estamos centrados no único necessário ou distraídos em tantas coisas que, embora sendo boas, não são o mais importante. O novo ardor questiona, em definitivo, nossa vida cotidiana e o estilo da mesma. A NE consiste em propor de novo ao coração e à mente, não poucas vezes distraídos e confusos, dos homens e das mulheres de nosso tempo e, sobretudo a nós mesmos, a beleza e a novidade perene do encontro com Cristo. Para manter o ardor ou reacendê-lo, é necessário contemplar o rosto de Jesus Cristo, entrar no mistério de sua existência, manter sempre o coração voltado para o Senhor (RnB 22,19). 

Novos métodos. Isto exige uma conversão pastoral, uma renovação do método de evangelização. Os novos métodos tem muito a ver com o uso dos novos meios de comunicação social, chamados a facilitar a transmissão da fé, particularmente ao mundo dos jovens que buscam sentido pleno para suas vidas e que guardam em seu coração aspirações profundas de autenticidade, de verdade, de liberdade, de generosidade, às quais somente Cristo pode ser resposta capaz de saciá-las. Devemos reservar uma atenção particular ao mundo das comunicações sociais, campo no qual se entrelaçam tantas vidas, tantas interrogações e tantas dúvidas. Os novos métodos também tem a ver com os conteúdos. Por outra parte, hoje, em muitas circunstâncias, se faz necessário um primeiro anúncio do Kerigma. Esse anúncio, em muitas ocasiões, será de tu a tu, e sempre há de ir acompanhado por um verdadeiro testemunho de vida cristã. 

Novas expressões. Isso comporta uma conversão estrutural. Há estruturas que, em lugar de facilitar a transmissão da fé, a dificultam. Aqui se impõem, uma vez mais, lucidez e criatividade. Neste contexto também se faz necessário liberar a jaula da linguagem que muitas vezes torna incompreensível a Boa Notícia que queremos transmitir. Si queremos chegar às pessoas, especialmente aos jovens, se faz necessário entrar na cultura da linguagem da comunhão digital, sem esquecer nunca que a linguagem compreensível para todos, e que não pode ser substituída por nenhuma outra, é a do testemunho e da santidade. Novas expressões comportam também criar novos poços, onde nossos contemporâneos possam saciar sua sede de plenitude e onde, a partir da experiência de deserto – Bento XVI durante a homilia da inauguração do Ano da Fé falou de “desertificação espiritual”-, possam descobrir a alegria de crer. Com a Igreja sentimos o dever de individuar e imaginar novos instrumentos e novas palavras para tornar compreensível o anúncio da Boa Noticia, também nos novos desertos do mundo. A leitura Orante da Palavra nos ajudará a encontrar esses novos poços onde nossos contemporâneos podem encontrar-se com Jesus. 

“Acreditei, por isso falei” 

A NE, porque tem seu centro em Cristo e não é tanto questão de estratégias senão de dar qualidade ao nosso testemunho, vai estreitamente unida à fé. E não se trata de uma fé abstrata, de noções, como diria o Cardeal Newman, mas de uma fé feita experiência, uma fé vivida, celebrada e confessada, como nos pede o Papa Bento em Porta Fidei; uma fé que tenha como fundamento o encontro com um acontecimento, com uma pessoa que é Jesus, que dá um novo horizonte à vida e com isso uma orientação decisiva (cf. Deus caritas est 1). Uma fé que seja, antes de tudo, adesão pessoal a Cristo, confiança sem fissuras nele (cf. LD, 1ss). 

Os biógrafos de Francisco o definem como novus evangelista, enviado por Deus para despertar o coração dos homens e das mulheres de seu tempo a um verdadeiro sentido de presença e de ação de Deus em suas vidas. O Poverello quis embarcar em uma nova evangelização da sociedade e da cultura de seu tempo. Sua novidade não consistiu tanto em pregar o Evangelho, pois isso o faziam também muitos outros, mas em uma nova atualização do Evangelho, com um compromisso apaixonado e uma encarnação criativa, tudo isso possível graças à sua fé granítica n’Aquele ao qual confessa como o TUDO de sua vida (cf. LD, 4). 

Queridos irmãos e irmãs! À distância de vinte séculos a Igreja nos recorda o mandato do Senhor: “Ide ao mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). Não há tempo a perder. A paixão por Cristo e a compaixão pela humanidade, que deve arder em nossos corações, não nos permitem aninhar cansaços. É hora de colocar-nos em caminho, dispostos a cruzar todo tipo de barreiras, bem equipados de fé reta, esperança certa e caridade perfeita. 

 É Natal 

É Natal! Queridos irmãos e irmãs: seguindo o exemplo dos pastores, da samaritana e de tantos outros, coloquemo-nos em caminho para conduzir os homens e as mulheres de hoje para fora do deserto, rumo aos poços de água viva, rumo a Cristo que nos dá a vida e a vida em plenitude. 

Feliz Natal a todos, com o desejo de que Cristo nasça em nossos corações para levá-lo aos outros. 

Solenidade da Imaculada, Roma, 8 de dezembro de 2012 

Vosso irmão, Ministro e servo. 

Frei José Rodríguez Carballo, OFM 
Ministro geral, OFM

Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?p=30011

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO: MARIA, MÃE DA IGREJA

A Igreja sempre venerou Maria como sua mãe. Mesmo porque há uma razão lógica: ela é a Mãe de Jesus, cabeça da Igreja e a Igreja é o corpo místico de Cristo, princípio e primogênito de todas as criaturas celestes e terrestres (Ef 1,18). Por isso mesmo, Maria é a mãe de todos os que nasceram pelo Cristo, tornaram-se irmão de Cristo e em Cristo, e são herdeiros de sua graça, sua vida e sua glória. Foi, porém, em pleno Concílio Ecumênico Vaticano II, no dia 21 de novembro de 1964, que o Papa Paulo VI deu solenemente a Maria o título de “Mãe da Igreja”. 

Os Bispos do mundo inteiro acabavam de assinar a Constituição Dogmática Lumen Gentium, sobre a Igreja, e o Papa acabara de promulgar, em sessão pública, o novo documento, que implantaria os rumos futuros da eclesiologia e da prática pastoral. Diferentemente do que se pensara na fase preparatória do Concílio, os Padres Conciliares não fizeram um documento especial sobre o papel de Maria na história da salvação, mas inseriram a doutrina mariana, a pessoa de Maria e sua função como co-redentora, no próprio documento sobre a Igreja, ressaltando a Mãe de Jesus como membro, tipo e modelo da Igreja. 

 Maria é vista conexa ao mistério trinitário, em sua dimensão cristológica, pneumatológica (Espírito Santo) e eclesiológica. Logo no início do capítulo VIII da Lumen Gentium, intitulado “A Bem-Aventurada Virgem Maria Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja”, marca-se toda a linha de doutrina: “A Virgem Maria, que na Anunciação do Anjo recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo e trouxe ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime e unida a ele por um vínculo estreito e indissolúvel, é dotada com a missão sublime e a dignidade de ser a Mãe do Filho de Deus, e por isso filha predileta do Pai e sacrário do Espírito Santo. Por esse dom de graça exímia supera de muito todas as outras criaturas celestes e terrestres. Mas, ao mesmo tempo, está unida, na estirpe de Adão, com todos os homens a serem salvos. Mais ainda: é verdadeiramente a mãe dos membros (de Cristo), porque cooperou pela caridade para que, na Igreja, nascessem os fiéis que são membros desta Cabeça. Por causa disso, é saudada também como membro supereminente e de todo singular da Igreja, como seu tipo e modelo excelente na fé e caridade. E a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo, honra-a com afeto de piedade filial como mãe amantíssima” (n. 53). Este parágrafo contém os pontos desenvolvidos nessa parte do documento. 

Reconheceu o Papa Paulo VI naquele discurso de encerramento da terceira sessão do Concílio que era a primeira vez que um Concílio Ecumênico apresentava síntese tão vasta da doutrina católica acerca do lugar que Maria Santíssima ocupa no mistério de Cristo e da Igreja. E, emocionado, afirmou que queria consagrar à Virgem Mãe um título que sintetizasse o lugar privilegiado de Maria na Igreja. E declarou: “Para a glória da Virgem e para o nosso conforto, proclamamos Maria Santíssima Mãe da Igreja, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis quanto dos pastores, que a chamam de Mãe amorosíssima. E queremos que, com este título suavíssimo, seja a Virgem doravante ainda mais honrada e invocada por todo o povo cristão”. Alguns anos mais tarde, no dia 15 de março de 1980, o título foi acrescentado à Ladainha lauretana, logo depois da invocação “Mãe de Jesus Cristo”. 

No mesmo solene discurso, Paulo VI lembrou que o título não era novo para a piedade dos cristãos, porque desde os primórdios do Cristianismo Maria foi amada como mãe e o povo sempre recorreu a ela como um filho recorre à mãe. E argumentou: “Efetivamente, assim como a maternidade divina é o fundamento da especial relação de Maria com Cristo e da sua presença na economia da salvação, operada por Cristo Jesus, assim também constitui essa maternidade o fundamento principal das relações de Maria com a Igreja, sendo ela Mãe daquele que, desde o primeiro instante de sua encarnação, uniu a si, como cabeça, o seu corpo místico, que é a Igreja”. 

Cito mais um trecho do discurso do Papa em que fala de Maria, imaculada, sim, mas ligada a nós pecadores por laços estreitíssimos: “Embora na riqueza das admiráveis prerrogativas, com que Deus a ornou para fazê-la digna Mãe do Verbo Encarnado, está ela pertíssimo de nós. Filha de Adão como nós e por isso nossa irmã por laços de natureza, ela é a criatura preservada do pecado original em vista dos méritos do Salvador; aos privilégios obtidos, junta a virtude pessoal de uma fé total e exemplar… Nela, toda a Igreja, na sua incomparável variedade de vida e de obras, acha a forma mais autêntica da perfeita imitação de Cristo”. 

Ninguém, que chega à Praça São Pedro, em Roma, deixa de se impressionar com a imensa colunata de Bernini, construída em mármore e pedra, como um grande, afetuoso e festivo abraço de acolhimento aos peregrinos. Por cima da colunata, 140 estátuas de tamanho natural, de santos e santas nascidos nas mais diferentes camadas sociais, representam visivelmente a comunhão dos santos, que não é coisa do passado ou apenas do céu, mas a família viva que se une aos cristãos que entram na Basílica. Ora, Nossa Senhora não figura entre os santos da colunata. 

O Papa João Paulo II, em 1981, mandou colocar na parte externa e alta da Secretaria de Estado, que olha para a Praça de São Pedro, a imagem de Maria Mãe da Igreja. Todos a vêem de qualquer ponto da Praça. Trata-se de uma cópia feita em mosaico da conhecida como Nossa Senhora da Coluna. Assim chamada, porque seu original estava pintado numa coluna de mármore da primitiva basílica de São Pedro. Quando essa foi destruída, em 1607, para dar lugar à grande Basílica como a temos hoje, a parte da coluna com a imagem foi posta, na nova igreja, sobre o altar que abriga as relíquias de três papas, os três com o nome de Leão (II, III e IV), onde está até hoje. Dessa pintura, de autor anônimo, foi feito o mosaico que agora domina discretamente a Praça. Vestida de azul celeste, Maria tem nos braços, em gesto de oferecimento ao povo, o Menino que, sorridente, abençoa com a mão direita, à moda grega. Ambos, Mãe e Filho, olham para longe, como que contemplando a Praça, a Cidade e o mundo, derramando sobre todos um olhar de inefável bondade, trazendo à memória a parte final da Lumen Gentium, onde Maria é considerada sinal de segura esperança e de conforto ao povo de Deus em peregrinação (n. 68). Sob a imagem, em grandes letras de bronze, legíveis da Praça, está escrito: “Mater Ecclesiæ” (Mãe da Igreja). 

Paulo VI, que dera a Maria o título oficial de “Mãe da Igreja”, desenvolveu o tema na Exortação Apostólica sobre o Culto à Virgem Maria, um dos documentos mais bonitos de seu pontificado. O Papa apresenta, através das festas marianas do calendário litúrgico, Maria como modelo da Igreja, e pede que suas considerações de ordem bíblica, litúrgica, ecumênica e antropológica sejam levadas em conta na orientação da piedade popular e na elaboração das novas orações marianas (n. 29). O Papa fala de Maria como modelo de quem sabe ouvir e acolher a Palavra de Deus com fé. Esta é uma missão específica da Igreja: escutar, acolher, proclamar, venerar e distribuir a Palavra de Deus como pão de vida (n. 17). Fala de Maria como modelo de pessoa orante e intercessora. Ora, a Igreja todos os dias apresenta ao Pai as necessidades de seus filhos, louva sem cessar o Senhor e intercede pela salvação do mundo (n. 18). Fala de Maria Virgem e Mãe, modelo da fecundidade da virgem-Igreja, que se torna mãe, porque, pelo batismo, gera os filhos concebidos pela ação do Espírito Santo (n. 19). Fala de Maria, que oferece ao Pai o Verbo encarnado, sobretudo aos pés da Cruz, onde ela se associou como mãe ao sacrifício redentor do filho. Diariamente a Igreja oferece o sacrifício eucarístico, memorial da morte e ressurreição de Jesus (n. 20). 

Quando falamos de Maria como modelo, há o perigo de vê-la longínqua, ou ao menos fora de nós, como vemos os nossos heróis. Na verdade, Maria é parte essencial da Igreja. Podemos dizer que a Igreja está dentro de Maria e Maria está dentro da Igreja. Essa verdade foi acentuada, sobretudo, pelo Papa João Paulo II na encíclica Redemptoris Mater, que leva o sugestivo título: A Bem-aventurada Virgem Maria na vida da Igreja que está a caminho: “Existe uma correspondência singular entre o momento da Encarnação do Verbo e o momento do nascimento da Igreja. E a pessoa que une esses dois momentos é Maria: Maria em Nazaré e Maria no Cenáculo de Jerusalém” (n. 24). Depois de acentuar Maria no centro da vida da Igreja, conclui o Papa: “A Virgem Maria está constantemente presente na caminhada de fé do Povo de Deus” (n. 35). “A Igreja mantém em toda a sua vida, uma ligação com a Mãe de Deus que abraça, no mistério salvífico, o passado, o presente e o futuro; e venera-a como Mãe da humanidade” (n. 47).

Frei Clarêncio Neotti, OFM

Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?page_id=5499

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

PRÓXIMO DOMINGO, COMEÇA O ADVENTO


O Tempo do Advento é o ponto de partida do Ano Litúrgico: a espera do Messias. Os fiéis se preparam pela conversão para a celebração dessa vinda: “Revestido de nossa fragilidade, ele veio a primeira vez… revestido de sua glória, ele virá uma segunda vez” (Prefácio do Advento I). 

Quatro domingos 

Como todos os anos, o espírito do Advento é marcado pelo tema do encontro com o Salvador, que veio inaugurar a perspectiva final de nossa História (1º dom.) Celebramos a esperança de sua primeira vinda (2º e 3º), até o despontar de sua presença, na gravidez de Maria, cheia de graça (4º dom.). Nesta meditação, a liturgia evoca a renovação da História pela obra de Deus, citando os nomes novos que receberá Jerusalém – (1º e 3º domingos) e a grandeza que se realizará na pequena cidade de Belém (4º dom). O Advento deste ano revela o cunho “prático” do 3º evangelista, sobretudo no 3º domingo, que diz concretamente em que consiste, para cada classe social, a conversão ao Senhor que vem. 

O ano de Lucas 

O ano C é o ano de Lucas, evangelista da “manifestação da bondade de Deus e de seu amor pela humanidade”(cf. Tt 3,4), evangelista dos pobres e dos pecadores, dos pagãos e dos valores humanísticos, como também das mulheres, especialmente, de Nossa Senhora. Seu evangelho faz de Jesus não apenas o Messias (Mc), o Mestre (Mt), mas o Fiel, que nos serve de modelo em nossa caminhada, o homem de oração, de ternura humana, de convivência fraterna, mas também o profeta por excelência, o novo Elias, o porta-voz credenciado do Altíssimo. Assim, o ano C será o ano da práxis cristã segundo o modelo de Cristo. 

(1) Konings, J., Liturgia Dominical, Vozes, Petrópolis, 2004, p.351 
(2) Idem.

Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?p=28307

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

SANTA ISABEL DE HUNGRIA, PADROEIRA DA ORDEM TERCEIRA


Diz a lenda que Isabel foi invocada mesmo antes de nascer. Um vidente anunciou seu glorioso nascimento como estrela que nasceria na Hungria, passaria a brilhar na Alemanha e se irradiaria para o mundo. Citou-lhe o nome, como filha do rei da Hungria e futura esposa do soberano de Eisenach (Alemanha). 

De fato, como previsto, a filha do rei André, da Hungria, e da rainha Gertrudes, nasceu em 1207. O batismo da criança foi uma festa digna de reis. E a criança recebeu o nome de Isabel, que significa repleta de Deus. 

Ela encantou o reino e trouxe paz e prosperidade para o governo de seu pai. Desde pequenina se mostrou de fato repleta de Deus pela graça, pela beleza, pelo precoce espírito de oração e pela profunda compaixão para com os sofredores. 

Tinha apenas quatro aninhos quando foi levada para a longínqua Alemanha como prometida esposa do príncipe Luís, nascido em 1200, filho de Hermano, soberano da Turíngia. Hermano se orientava pela profecia e desejava assegurar um matrimônio feliz para seu filho.  

Dada a sua vida simples, piedosa e desligada das pompas da corte, concluíram que a menina não seria companheira para Luis. E a perseguiam e maltratavam, dentro e fora do palácio. 

Luis, porém, era um cristão da fibra do pai. Logo percebeu o grande valor de Isabel. Não se impressionava com a pressão dos príncipes e tratou de casar-se quanto antes. O que aconteceu em 1221. 

A Santa não recuava diante de nenhuma obra de caridade, por mais penosas que fossem as situações, e isso em grau heróico! Certa vez, Luis a surpreendeu com o avental repleto de alimentos para os pobres. Ela tentou esconder… Mas ele, delicadamente, insistiu e… milagre! Viu somente rosas brancas e vermelhas, em pleno inverno. Feliz, guardou uma delas. 

Sua vida de soberana não era fácil e freqüentemente tinha que acompanhar o marido em longas e duras cavalgadas. Além disso, os filhos, Hermano, de 1222; Sofia, de 1224 e Gertrudes, de 1227. 

Estava grávida de Gertrudes, quando descobriu que o duque Luis se comprometera com o Imperador Frederico II a seguir para a guerra das Cruzadas para libertar Jerusalém. Nova renúncia duríssima! E mais: antes mesmo de sair da Itália, o duque morre de febre, em 1227! Ela recebe a notícia ao dar à luz a menina. 

Quando Luis ainda vivia, ele e Isabel receberam em Eisenach alguns dos primeiros franciscanos a chegar na Alemanha por ordem do próprio São Francisco. Foi-lhes dado um conventinho. Assim, a Santa passou a conhecer o Poverello de Assis e este a ter freqüentes notícias dela. Tornou-se mesmo membro da Familia Franciscana, ingressando na Ordem Terceira que Francisco fundara para leigos solteiros e casados. Era, pois, mais que amiga dos frades. Chegou a receber de presente o manto do próprio São Francisco! 

Morto o marido, os cunhados tramaram cruéis calúnias contra ela e a expulsaram do castelo de Wartburgo. E de tal forma apavoraram os habitantes da região, que ninguém teve coragem de acolher a pobre, com os pequeninos, em pleno inverno. Duas servas fiéis a acompanharam, Isentrudes e Guda. 

De volta ao Palácio quando chegaram os restos mortais de Luís, Isabel passou a morar no castelo, mas vestida simplesmente e de preto, totalmente afastada das festas da corte. Com toda naturalidade, voltou a dedicar-se aos pobres. Todavia, Lá dentro dela o Senhor a chamava para doar-se ainda mais. Mandou construir um conventinho para os franciscanos em Marburgo e lá foi morar com suas servas fiéis. Compreendeu que tinha de resguardar os direitos dos filhos. Com grande dor, confiou os dois mais velhos para a vida da corte. Hermano era o herdeiro legitimo de Luis. A mais novinha foi entregue a um Mosteiro de Contemplativas, e acabou sendo Santa Gertrudes! Assim, livre de tudo e de todos, Isabel e suas companheiras professaram publicamente na Ordem Franciscana Secular e, revestidas de grosseira veste, passaram a viver em comunidade religiosa. O rei André mandou chamá-las, mas ela respondeu que estava de fato feliz. Por ordem do confessor, conservou alguma renda, toda revertida para os pobres e sofredores. 

Construiu abrigo para as crianças órfãs, sobretudo defeituosas, como também hospícios para os mais pobres e abandonados. Naquele meio, ela se sentia de fato rainha, mãe, irmã. Isso no mais puro amor a Cristo. No atendimento aos pobres, procurava ser criteriosa. Houve época, ainda no palácio, em que preferia distribuir alimentos para 900 pobres diariamente, em vez de dar-lhes maior quantia mensalmente. É que eles não sabiam administrar. Recomendava sempre que trabalhassem e procurava criar condições para isso. Esforçava-se para que despertassem para a dignidade pessoal, como convém a cristãos. E são inúmeros os seus milagres em favor dos pobres! 

De há muito que Isabel, repleta de Deus, era mais do céu do que da terra. A oração a arrebatava cada vez mais. Suas servas atestam que, nos últimos meses de vida, frequentemente uma luz celestial a envolvia. Assim chegou serena e plena de esperança à hora decisiva da passagem para o Pai. Recebeu com grande piedade os sacramentos dos enfermos. Quando seu confessor lhe perguntou se tinha algo a dispor sobre herança, respondeu tranqüila: “Minha herança é Jesus Cristo !” E assim nasceu para o céu! Era 17 de novembro de 1231. 

Sete anos depois, o Papa Gregório IX, de acordo com o Conselho dos Cardeais, canonizou solenemente Isabel. Foi em Perusa, no mesmo lugar da canonização de São Francisco, a 26 de maio de 1235, Pentecostes. Mais tarde foi declarada Padroeira da Ordem Franciscana Secular. 

FREI CARMELO SURIAN, O.F.M.

sábado, 20 de outubro de 2012

DEVOTOS SE DESPEDEM NO ÚLTIMO DIA DE FESTA AO PADROEIRO

A Santa Missa na Quadra da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, às 16h, celebrou o encerramento das festividades alusivas a São Francisco das Chagas de Canindé. Os romeiros, paroquianos, visitantes se despediram de mais um bonito momento de vivência cristã durante esses doze dias de festa. Foi uma alegria para todos que tiveram a oportunidade de estarem aqui, ou mesmo aqueles que nos acompanharam através dos meios de comunicação: nas emissoras de rádio, pela internet com a Web TV Paz e Bem e Site Santuário, ou mesmo pela televisão através da Rede Vida, o canal da família. 

Estiveram presentes na celebração de encerramento os frades, congregações religiosas, ainda a presença do Arcebispo de Fortaleza, Dom José Antônio Aparecido, e muitos devotos que aproveitaram esse momento para experimentar da fonte da vida, do alimento espiritual que Francisco de Assis nos deixou há mais de oitocentos anos atrás, com uma mensagem de fraternidade, no seguimento ao Evangelho de Jesus Cristo, como caminho de luz para conquistarmos o Reino definitivo. 

O Ministro Provincial, Frei Marconi Lins – Ofm, no final da celebração agradeceu a presença de todos e destacou o trabalho da fraternidade franciscana a serviço do povo de Deus. O Arcebispo de Fortaleza abençoou a todos com a Bênção de São Francisco. 

Agradecemos a todos os irmãos romeiros, devotos, paroquianos, visitantes, que fizeram desse momento uma partilha de vida; através de sua fé, uma fraternidade franciscana; através da vivência entre os pobres, numa cidade que respira o carisma franciscano. 

Que todos possam ter uma feliz viagem de volta a seus lares, e que possam ainda colocar em prática aquilo que puderam viver durante as atividades religiosas, nas celebrações, noites de novena, confissões, orações, vias-sacras…, por ocasião da Festa de São Francisco. 

Que Deus, São Francisco, Nossa Senhora, possa abençoar a cada um! A cada Romaria! A cada família! 

PROCISSÃO DE SÃO FRANCISCO NAS RUAS DE CANINDÉ E BENÇÃO COM RELÍQUIA

Logo após a celebração de Encerramento aconteceu a Procissão com a imagem de São Francisco em seu andor, que nesse ano ficou exposta em uma réplica de sua Basílica. Uma multidão de devotos acompanhou o seu andor por algumas ruas da cidade retornando a Praça da Basílica onde foi feita a bênção final com o relicário de São Francisco, sob a música: “quem parte deixa saudades…”, ao vivas e aplausos concluímos mais uma gloriosa Festa de São Francisco das Chagas 

Viva nosso Deus da Vida! Viva Jesus Cristo! Viva São Francisco!

TRÂNSITO DE SÃO FRANCISCO MARCOU A ÚLTIMA NOITE DE NOVENA NA PRAÇA DOS ROMEIROS


Neste dia 19, último dia da Novena, todos os paroquianos, romeiros, devotos de São Francisco da Chagas de Canindé celebraram o seu Trânsito. 

Como irmãos e filhos do Santo de Assis, somos convidados a aprender os ensinamentos valorizando a vida como uma oportunidade única de alcançarmos à vida eterna. A celebração do Trânsito de São Francisco é um costume tradicional da Ordem Franciscana que reflete sobre o mistério da vida, morte e ressurreição. 

Também participaram desta Celebração os frades, as clarissas, as irmãs missionárias da Imaculada Conceição, os leigos da Ordem Franciscana Secular e a Juventude Franciscana – JUFRA.






























quinta-feira, 18 de outubro de 2012

7ª NOITE DE NOVENA: “SÃO FRANCISCO, PROFETA E COMUNICADOR DA PAZ NO MUNDO SOFRIDO”

Daqui há alguns instantes estaremos celebrando mais uma noite de Novena alusiva a São Francisco das Chagas. Teremos como subtema da noite: “São Francisco, profeta e comunicador da paz no mundo sofrido” Como responsáveis o Encontro de Casais com Cristo – ECC, Pastoral Familiar e Pastoral da Comunicação – PASCOM. 

É uma alegria termos em cada dia de novena um irmão sacerdote para levar a mensagem do Evangelho a tantos irmãos que estivem na Praça dos Romeiros, e acompanhando a transmissão pela Rede Paz e Bem de emissoras de Rádio e pela WebTV Paz e Bem do Santuário de São Francisco. 

O pregador dessa 7ª noite de Novena, dia 17 de outubro, será Fr. Beto, de Olinda-PE. E como estado homenageado, Pernambuco. Bendizemos ao Senhor por tantos irmãos e irmãs. 


Sejam todos bem vindos e acolhidos na casa de São Francisco, em Canindé. Viva São Francisco!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

CHEGAMOS AO 6º DIA DA FESTA ALUSIVA AO SANTO DA PAZ, CELEBRANDO A 5ª NOITE DE NOVENA

O novenário de São Francisco é o ponto forte dos dias de Festa ao Padroeiro. Ao cair da tarde logo após a celebração de 16h na Quadra da Gruta, os devotos com os frades caminham em procissão para a Praça dos Romeiros, onde acontece a Novena. Um local agradável com características franciscanas de simplicidade, que se aproveita o suave vento no rosto e a calma da noite para mergulhar no Evangelho de Cristo através da mensagem franciscana. 

Francisco de Assis também se retirava para conversar com Deus em um momento profundo de oração, contemplando e amando a natureza, uma criação de vida de nosso Pai. 

Para a 5ª noite de Novena, desse dia 15 de outubro, tivemos como subtema: “São Francisco, alívio na dor e no sofrimento dos menos favorecidos”.

A Novena teve início com a palavra do pároco e reitor Frei João Amilton, Ofm, e o hasteamento da bandeira do Estado homenageado, que nessa noite foi a Bahia. 

CONDUÇÃO DA NOVENA

O Texto Franciscano foi feito pelo membro da Pastoral da Saúde, Joãosinho Karuca. Ainda tivemos a participação da Pastoral da Criança e a Pastoral Social que conduziu em procissão a Bíblia Sagrada, pelas crianças do projeto social Casa do Povo. Logo mais a comentarista Catarina fez a leitura do texto bíblico de Marcos (10, 46-52). 

O animador da Novena, Frei Jonaldo, motivou cada momento com grande entusiasmo, juntamente com o grupo de cânticos Santa Terezinha. O Pregador Frei Miguel, de São Paulo, refletiu sobre a Leitura Franciscana do dia, como nosso irmão Francisco de Assis serviu a Deus, através de uma grande afeição pelos indefesos e pequenos, pelos deserdados e desvalidos. 

Era chegado mais um momento especial da noite com a entrada de Jesus Sacramentado. Uma energia divina emanava nesse momento, alimentando a fé de todo o povo presente na Praça dos Romeiros, evidenciando a presença de Cristo Ressuscitado. Louvores e glorias te damos a todo momento Jesus Sacramentado! 

EM INSTANTES! Após a Novena o Painel retorna em procissão com uma multidão de fiéis pelo corredor religioso em direção a Praça da Basílica. 

Uma feliz Festa a todos! Viva São Francisco das Chagas! Viva nosso Senhor Jesus Cristo!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

5º DIA DA FESTA: ROMARIAS CHEGAM A CIDADE DA FÉ

A fé e a devoção conduzem os milhares de romeiros que organizam suas caravanas para virem em romaria ao Santuário de São Francisco das Chagas de Canindé, no sertão central do Ceará. 

Os filhos e filhas de Deus chegam ao Santuário a pé, a cavalo, de bicicleta, de moto, de carro, de ônibus e de pau de arara, repletos de força e amor para estar aos pés de São Francisco. 


A romaria nos lembra a nossa caminhada de vida rumo ao nosso Pai Celeste. Lembramos também de São Francisco, que andou neste mundo para experimentar na solidariedade com os pequenos desta terra a providência divina. O nosso padroeiro fez várias romarias, com destaque para a visita feita à Terra Santa. 

E assim, imitando Jesus e São Francisco, nossos romeiros chegam a Canindé em busca de saúde, felicidade e paz. Muitos querem pagar suas promessas, outros querem agradecer as graças recebidas. 

Na Festa de nosso padroeiro Seráfico teremos muitos irmãos e irmãs que irão experimentar mais uma vez esta vivência de fé, oração, sacrifício, emoção e solidariedade. 

Também será um momento oportuno para refletirmos, durante os dias de novena, questões sobre a saúde pública com base na CF 2012, que traz o tema: “Fraternidade e saúde pública” e o lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra!” (Eclo 38,8). 


Nesse 5º Dia de Festa ao Padroeiro, 14 de outubro, registramos a chegada de diversas romarias à pé, como: a Romaria Irmão Sol e Irmã Lua (Fortaleza), Romaria de Messejana (Fortaleza), 29ºª Romaria da Paz Campo do Américo (Fortaleza), 16ª Romaria São Francisco (Fortaleza), 3ª Caminhada com Amor e Fé (Fortaleza).





quinta-feira, 11 de outubro de 2012

1º DIA DE FESTA É MARCADO PELA PROCISSÃO DO PAINEL DE SÃO FRANCISCO

Já noticiamos o momento da Abertura dos Festejos com o hasteamento das Bandeiras e da celebração, na Praça da Basílica. Para esse momento milhares de fiéis saíram em caminhada de suas comunidades da zona rural, dos bairros de Canindé e de cidade vizinhas. 

Nesse primeiro dia as equipes de trabalho estiveram apostos em suas funções, em diversos setores do Santuário, para atendimento religioso, de informações, acolhida de romarias, nos cadastros da Campanha dos Benfeitores, de animação missionária, da organização dos espaços de alojamentos aos romeiros, da segurança, de ambulatório, entre outros. 

A tarde os devotos marcaram presença na Santa Missa das 16h já aguardando um dos momentos mais especiais da Festa com a Procissão do Painel de São Francisco, que saiu às 18h da Praça da Basílica, sob a motivação do pároco e Reitor Frei João Amilton, acompanhado pela animada banda de música de J. Ratinho de Canindé e pelos fiéis paroquianos e romeiros. 

O coração esteve cheio de alegria, fé e emoção por estar mais próximo do santo. 

Hoje, dia 11 de outubro, acontecerá a primeira noite de Novena na Praça dos Romeiros, tendo como estado homenageado o Ceará. Viva São Francisco das Chagas!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

FELIZ ANIVERSÁRIO AO MINISTRO PROVINCIAL

Parabéns nesse lindo dia em que faz anos que você nasceu... Queremos desejar-lhe paz, sonho e amizade... Que Deus ilumine seus passos... Aqui deixamos nosso carinho de amizade por você... Parabéns, muita paz, felicidades, muita alegria em todos os dias. Feliz aniversário ao nosso querido amigo e Provincial, Frei Marconi Lins, OFM. Que nesse dia em que comemoramos o Pai Seráfico, São Francisco, Ele te guie em teus passos.


FELIZ ANIVERSÁRIO, FREI MARCONI!



Amigos do Blog OFM Eventos!

PROVÍNCIA FRANCISCANA DE SANTO ANTÔNIO DO BRASIL
Mensagem à Fraternidade Provincial
na Solenidade de São Francisco/2012


                                         Caros confrades,
                                  Paz e Bem!



Este ano, a Solenidade de nosso seráfico pai Francisco acontece bem próxima a eventos eclesiais de suma importância e que devem ser vividos por nós em chave franciscana. Trata-se da abertura do Ano da Fé e do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, que transcorrem no próximo dia 11.

Faço questão de relacionar a Solenidade de São Francisco com os eventos mencionados porque Francisco foi um homem eclesial e que na Igreja fez uma experiência de Deus que, ainda hoje, continua encantando e inspirando homens e mulheres pelo mundo afora.

Se “o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”, para nós franciscanos, é impossível não lembrar Francisco de Assis que fez de sua vida um caminho de conversão permanente na observância do Evangelho de Jesus Cristo, inclinando o ouvido do coração e obedecendo à voz do Filho de Deus.

Francisco fez, em pleno século XIII, uma experiência de fé simultaneamente pessoal e eclesial como podemos ver no encontro com o crucificado na igrejinha de São Damião, na escuta do Evangelho na Porciúncula e no encontro com o leproso. Francisco escreve em seu Testamento: “E depois que o Senhor me deu irmãos, ninguém me mostrou o que eu deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo a forma do santo Evangelho”. Vemos aqui como se articula essa experiência de fé pessoal e fraterna, e por isso mesmo eclesial.

A fraternidade – fraternitas – que Francisco faz emergir na vida da Igreja em pleno século XIII, formada por irmãos menores e itinerantes tem muito a ver com a Igreja “Povo de Deus”, pobre e servidora que o Concílio Vaticano redescobre sob o impulso do Espírito na escuta dos “sinais dos tempos”.

Celebremos a Solenidade de nosso irmão e pai Francisco este ano numa atitude de compromisso com o legado que recebemos do Concílio Vaticano II! Vivemos num momento de crise que perpassa a vida da humanidade e consequentemente da Igreja e de nossa Ordem!Estamos numa época de mudanças rapidíssimas, e os novos desafios da nossa sociedade nos impelem a novas respostas evangelizadoras”.

Os desafios atuais contemplados e enfrentados numa perspectiva de fé darão a possibilidade de forjarmos nossa identidade de frades menores e de darmos nossa contribuição na construção do Reino na história humana.

A humanidade necessita do testemunho de pessoas que acreditam no ser humano, apesar de todas as suas contradições e ambiguidades, como também de quem acredite numa convivência harmoniosa da humanidade com o meio ambiente sempre mais ameaçado e degradado. Francisco de Assis nos oferece uma experiência de fé e um projeto de fraternidade evangélica que nos possibilitam marcar presença neste momento da história humana e indicar alternativas para a construção de um outro mundo possível!

Na Solenidade de São Francisco deste ano, assumamos o compromisso de redescobrir a riqueza dos documentos do Concílio Vaticano II e suas intuições para nossa vida e missão de irmãos menores na Igreja e no mundo. Ao mesmo tempo, redescubramos a riqueza da vida e do testemunho de Francisco de Assis, nosso irmão e pai espiritual.

Somos chamados, por vocação, a viver hoje as intuições evangélicas que São Francisco viveu no século XIII.

“O Senhor lhes dê a Paz!”
Feliz Solenidade de São Francisco!

 Frei Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial

Recife, 03 de outubro de 2012.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

GRITO DOS EXCLUÍDOS 2012


O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo. É um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos(as). No Recife, ele será realizado nesta sexta-feira, 7, com concentração a partir das 8h, na Praça Oswaldo Cruz, bairro da Boa Vista. Em seguida, os participantes seguirão em caminhada até o Pátio da Basílica do Carmo, no bairro de Santo Antônio. O tema do Grito deste ano é “Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda a população”. 

 Durante toda esta semana estão sendo realizados atos de conscientização: Dia 03/09 – Grito da Mulher (Oficina Feminista) Sede do Movimento dos Trabalhadores Cristãos (MTC) – Gervásio Pires; Dia 04/09 – Mobilização Pré-Grito (Esquina da Rua 7 de setembro com a Conde da Boa) 14h; às 18h30 – Grito pelaSaúde: Lançamento do Forúm Recifence pelo direito à Saúde e contra a privatização – Sede do MTC; Dia 05/09 – Grito pela Educação: o povo também quer entrar na universidade! Praça do Diário – às 14h. Dia 06/09 – Grito pela Luta: contra a criminalização de luta e pelo direito de greva (Sede do MTC) 18h30. Dia 07/09 – Grande marcha do Grito dos Excluídos 2012, concentração na praça Oswaldo Cruz a partir das 8h. 

O Grito dos(as) Excluídos(as), como indica a própria expressão, constitui-se numa mobilização com três sentidos: 
 -denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social; 
-tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome; 
-propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos. 

O Grito se define como um conjunto de manifestações realizadas no Dia da Pátria, 7 de setembro, tentando chamar à atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira. Não é um movimento nem uma campanha, mas um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos esconderijos da sociedade e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças. 

As atividades são as mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos – e se estendem por todo o território nacional. 

Em 2012 o Grito dos(as) Excluídos(as) traz como tema: “Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda população!” 


 Fonte: Cáritas

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

SOLLEMNITAS SANCTAE CLARAE ASSISIENSIS

Celebrar um Jubileu, como os 800 anos da conversão/consagração de Clara e da fundação da Ordem das Irmãs Pobres, é ocasião para agradecer ao Pai das misericórdias pelo dom de Clara e das Irmãs Pobres, mas, acima de tudo, é tempo propício para degustar a graça das origens, para alegrar-se pelo fato de que, mesmo tendo iniciado há oito séculos, continua sendo fundamento e princípio do qual brotam história e futuro. Só com essa atitude poderemos levar a cabo, com empenho, a obra que iniciamos bem (cf. LErm 14; LOrd 10), manter a fidelidade para com as exigências da Forma de Vida franciscano-clariana (cf. BensC 15) e descobrir caminhos a percorrer hoje, a fim de sermos fiéis a Cristo, à Igreja e à pessoa humana. (Da carta do Ministro geral para a Festa de Santa Clara, 2012)

sábado, 23 de junho de 2012

SOLENIDADE DA NATIVIDADE DE SÃO JOÃO

 ANUNCIANDO O SOL

O evangelho de hoje poderia ser completado com o cântico entoado pelo pai Zacarias quando do nascimento de João Batista: o Benedictus (Lc 1,68-79). É nesses versos que aparece a bela evocação da missão de João: “E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à frente do Senhor, preparando os seus caminhos, dando a conhecer a seu povo a salvação, com o perdão dos pecados, graças ao coração misericordioso de nosso Deus, que envia o sol nascente para nos visitar. .. ” (Lc 7,76-78). O sol nascente é Jesus. E quando crescer esse sol nascente, a luz da lua (ou da estrela da manhã?) deverá diminuir, como dirá o próprio João (Jo 3,30). 

De fato, o Batista, como é apresentado na Bíblia, está totalmente em função daquele que vem depois dele, Jesus. Essa perspectiva dos evangelhos talvez não tenha sido a dos seus contemporâneos, como mostram alguns traços dele encontrados fora da Bíblia (p.ex., no autor judeu Flávio Josefo, que viveu pouco tempo mais tarde). Mesmo na Bíblia encontramos indícios de que a atividade histórica de João não foi totalmente absorvida pela de Jesus (At 19,1-6, os discípulos do Batista em Éfeso por volta de 50 d.C.). Mas, para os evangelistas obra do Batista foi o anúncio do sol que estava nascendo, a luz prometida por Deus a seu povo: Jesus de Nazaré. 

Ora, não só João preparou a chegada de Jesus; ele é a plenitude de todos os profetas, sendo o último e o maior deles, o decisivo, aquele que encerra o anúncio profético do antigo Israel. “Até João, a Lei e os Profetas! A partir de então, o Reino de Deus está sendo anunciado, e todos usam de força para entrar nele” (Lc 18,16), Ele é descrito como um novo Elias, pois Elias era esperado para preparar, com sua pregação de conversão e reconciliação, a visita final de Deus a seu povo (cf. Eclo 48,10). 

Estamos inclinados a pensar que a missão do Batista terminou no ano 30, quando Jesus se apresentou. Mas em todos os tempos a missão do Batista continua necessária, pois a luz do sol ainda não surgiu em todos os lugares, e pode acontecer também que em algum lugar já tenha escurecido. Anunciar o sol é uma figura para dizer que em todas as circunstâncias é preciso preparar os corações para receber o Enviado do Pai, o próprio Filho de Deus. 

Em nossa sociedade urbano-industrial, o sol de Cristo parece estar obnubilado – quem sabe, pela poluição … mental. Quando nesse ambiente apresentamos todo o “aparato” cristão, isso é recebido com uma mentalidade sensacionalista, comercial, não como a luz benfazeja do sol, mas como o cintilar da propaganda. Não seria melhor mandar um João Batista à frente? 

Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/n/?p=17927
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