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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

MENSAGEM DE NATAL DO PROVINCIAL


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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

MARIA E JOSÉ E O ADVENTO DE JESUS


Bem próximos do Natal de Jesus, estamos na quarta semana do Advento, na qual emerge com toda força, a presença da mulher no mistério do Deus que quer vir ao encontro da humanidade! Maria de Nazaré, uma jovem que entre tantas outras em Israel, aguardava a realização das promessas de Deus e a vinda do Messias, vê-se escolhida para acolher de modo muito especial o Filho Unigênito do Altíssimo!

O anjo Gabriel revela os planos que Deus tinha para Maria: “Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus, o Senhor está contigo” (Lc 1,28). Maria, por sua vez, fica abismada pelo mistério que a envolve e se questiona sobre o que está se passando! O anjo Gabriel faz-lhe a revelação: “Não temas, Maria, pois obtiveste graça junto a Deus. Eis que engravidarás e darás à luz um filho, e lhe darás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado filho do Altíssimo...” (Lc 1,30-32).

Maria, atônita, diante do mistério, só sabe que é virgem e está noiva de José! Também José está nos planos do Altíssimo Deus. Ele cuidará, com Maria, do Messias esperado pelo povo de Israel.

Diante do que não pode ser entendido a não ser pela fé e pela entrega radical nas mãos de Deus, Maria pronuncia o “Sim” que mudará o rumo da história humana e de todo o universo! Deus vem ao encontro do ser humano, assumindo a nossa humanidade para que compreendamos mais uma vez, e de forma definitiva, que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, como já havia sido revelado nas Escrituras do povo de Israel! Mas desta vez, tocados pelo Verbo eterno do Pai que assumiu nossa carne, fomos feitos filhos adotivos e podermos chamar Deus de “Abá”, “Pai” (cf. Gl 4,5).

Eis o que fez o “Sim” da jovem Maria ao convite do Altíssimo! Eis a bondade de Deus que manifesta o Seu amor e Sua misericórdia pela humanidade e por toda a Criação, envolvendo-as em seu plano de eternidade! Maria não entende o mistério, mas se deixa envolver por ele! E com liberdade, na fé de seus antepassados, torna-se a participante por excelência do mistério de Deus! Por isso, nesta última semana do Advento, às vésperas do Natal de Jesus, louvemos e adoremos o Deus Altíssimo porque Ele é Bom!

Aqui entendemos o que diz João em sua primeira carta: “Deus é amor. Eis como se manifestou o amor de Deus entre nós: Deus enviou Seu Filho único ao mundo, para que vivêssemos por meio dele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus mas foi Ele que nos amou e nos enviou Seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados” (cf. 1Jo 4,8-10).

E Maria, a bem-aventurada que acreditou nas promessas do Altíssimo, disse “Sim” e o “Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). E José, “que era um homem justo” (cf. Mt 1,19), também acolheu o mistério de Deus que envolveu Maria “recebendo em sua casa” (cf. Mt 1,24).

Maria e José acolheram o Altíssimo Deus que veio nos visitar e morar conosco em Jesus, o Emanuel, o “Deus conosco”!

Que também nós pronunciemos nosso “sim”, acolhendo Jesus, o Messias de Deus, através de gestos concretos de solidariedade, sobretudo para com os pobres e sofredores, e também pelo compromisso com a defesa da vida em sua diversidade!

Frei Marconi Lins, OFM
Ministro Provincial



quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

DEVOÇÃO FRANCISCANA A MARIA

A vida segundo o Evangelho serve, para Francisco, de base em vista de uma compreensão da revelação cristã: exige unidade entre esforço cotidiano e oração, encontro com Deus na vida cotidiana neste mundo e com os outros. Francisco nunca emite um pensamento de fé, um conceito teológico sem conexão com atitude vital global e sintética que possa abarcar a totalidade da existência.

Sua espiritualidade está estruturada em suas intuições básicas e concatenadas, a saber:

a) penitência ou conversão da vida carnal, ou seja, egocêntrica, para encontrar Cristo e Deus no irmão esquecido e abandonado à mercê das forças de morte presentes no mundo e na sociedade;

b) o consequente distanciamento destas forças, associando-se aos "menores";

c) a - pobreza voluntária para obrigar a sociedade a reconhecer, respeitar e honrar, através do retomo à Justiça, a dignidade ofendida dos pequenos; e, finalmente, a alegria ao pensar nas promessas escatológicas de Deus, em sua presença onde está o amor e na atualização da Páscoa em nossas celebrações.
São estes aspectos que Francisco encontra, reverencia, canta e Invoca em Maria.

Maria é, para Francisco, a "Senhora" pobre (2Cel 83) e Deus, escolhendo-a por Mãe, compartilha a pobreza com ela (2CtFi4-5) como caminho em vista da salvação dos homens, levando-os a viver a paternidade divina a partir de uma fraternidade humana renovada, que consiste na solidariedade real com os pobres, uma vez que, como dizia Francisco, é dignidade real e insígne nobreza "seguir o Senhor que, sendo rico, se fez pobre por nós" [2Cel 73) e partilham a pobreza salvífica de Jesus da qual devem participar todos os seus seguidores.


Ao exigir a pobreza dos frades, Francisco os coloca em relação com Cristo que foi "pobre e peregrino e vivia de esmola, ele mais a bem-aventurada Virgem e seus discípulos" (RNB 9,6). E a tua última vontade é "seguir a vida e a pobreza de nosso altíssimo Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe santíssima e nela perseverar até o fim (UIV 1).


Era com lágrimas nos olhos que Francisco meditava na pobreza do Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe (2Cel 2,00: LM 7, 1). Este pranto amargurado de Francisco diante do que Cristo e Maria passaram será mal entendido se não for colocado junto com a escolha de pobreza voluntária que fez e com
a honra que tributava a todos os pobres: a pobreza voluntária, unida à alegria que a acompanha, provém do fato de que para Francisco o Evangelho do Reino e da presença misteriosa de Deus em nosso meio se tomaram mais importantes do que os próprios interesses, e, para acolhê-los, é preciso mesmo esquecer os interesses próprios, "converter-se", "fazer penitência".

O Deus que decidiu partilhar a pobreza com Maria tornando-se seu filho é o Deus novo que transforma em supremo o que é ínfimo, é o Deus diferente, que não age a partir de nossa lógica, que escolhe a pobreza e o pobre como seu "sacramento", como seu sinal e seu símbolo.

Celano o diz com multa felicidade ao falar da compaixão de Francisco para com os pobres. Francisco "se derretia todo pelos pobres". Desejava sempre "estender a mão (aos pobres)". Celano observa que ele "era de uma clemência nata" que tinha sido redobrada teologalmente: "redobrada pela piedade infusa". "Qualquer carência ou penúria que visse em alguém dirigia seu pensamento em rápida conversão para Cristo.

Via o Filho da pobre Senhora em todos os pobres, pois o levava nu em seu coração como ela o tinha carregado em seus braços" [2Cel 83). Neste aspecto também Francisco revela ter sido o pai dos teólogos franciscanos que não conhecem outra teologia, outra cristologia ou mariologia senão aquela que, refletindo sobre a vida de Cristo e de Maria, neles descobre aquilo que torna nossa existência melhor.


Francisco tem consciência que a salvação de Deus é para todos, mas sabe também que a maneira como ela se manifesta não é igual para todos: Deus, na encarnação - "kénosis", assumindo a condição pobre de sua Mãe e aceitando o sofrimento inerente à finitude humana, exalta os pobres e os humilhados, os fracos e os sofredores que, depois da glorificação de Cristo e de Maria, são o espelho no qual se Imprime e se perpetua a Imagem de Deus que se exprimiu entre nós, em Cristo e Maria, pobres e sofredores: "Quando vês um pobre, meu irmão, tens à frente um espelho do Senhor e de sua pobre Mãe. Também nos doentes deves ver as enfermidades que ele assumiu por nossa causa" (2Cel 85).


Por outro lado, Deus mesmo ao decidir manifestar-se a nós na pobreza de Jesus e de Maria e manifestando-se agora nos pobres e sofredores de todos os modos contesta o - mundo desumano, a fim de que todos os que são responsáveis por criar e manter esta situação desumana e, portanto, indigna da família de Deus, redescubram sua humanidade, afastando-se de tal situação como fez, de modo radical, Francisco com sua pobreza voluntária.


A devoção mariana permite ao Poverello viver esta dimensão teologal da pobreza e as mais profundas raízes da alegria dos "menores". Estes, em sua própria pobreza e na dos outros, experimentam como mais importante do que todos os interesses particulares, a presença de Deus no mundo e o seu Reino que vem.


É precisamente nesta alegria franciscana, pela presença divina, que a pobreza não é somente uma teoria, mas de grande eficácia: o Deus da alegria é o Deus que reverencia os pobres e denuncia forças tenebrosas que são causa de tanto sofrimento. Ao realizar esta denúncia Deus não prega o ódio aos que encarnam tais forças e se tornam seus instrumentos, aos que cedem a cobiças e ambições, mas partilhando com Maria a pobreza.


Francisco compreende a força presente na prática da pobreza evangélica, sem agressividade e ódio. Ao pobre que encontrou em Collestrada de Perúsia e que amaldiçoava "com ódio mortal" o patrão "que lhe havia tirado os bens", Francisco diz: "Irmão, pelo amor de Deus perdoa teu patrão: assim haverás de salvar tua alma..." (2Cel 89).


O amor cavaleiresco de Francisco por Maria certamente não é uma fantasia. Esta expressão, no entanto, é ambígua e pode levar a pensar numa devoção feita de "galanteios", quando na realidade se trata de expressão de uma piedade caracterizada pela participação na alegria de Maria que, em sua pobreza, se torna solidária dos pobres para participar na obra da encarnação de Deus, cuja paternidade só pode ser fundamentalmente invocada por aqueles que se unem a Cristo, e a tudo o que ele fez para que pudéssemos vencer a desumanidade do que sofre e possibilitar o nascimento de uma nova humanidade sob a única soberania de Deus.


Fonte: Dicionário Franciscano
Site: http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/especiais/2008/imaculada_08/25.php

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